7 de outubro de 2012

O Intermediário

 

   “O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso:  é-lhe indiferente.”

Carl Sagan

Uma leitura um pouco mais atenta do Gênesis poderá aguçar nossa curiosidade sobre um ponto sobre qual tratará nosso artigo dessa semana. Diz o livro que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, e que, em cada dia algo foi feito. Resumidamente foi assim:

No princípio Deus criou o céu e a terra, mas como a terra estava sem forma e em trevas, primeiro criou a luz e ficou satisfeito (algumas bíblias trocam por “e viu que era bom”). E assim terminou o primeiro dia.

No segundo dia, Deus separou a terra das águas e ficou satisfeito…

E assim, foram passando os dias onde foram criados os animais, as plantas e, ao final de cada, dia lá estava Deus se dizendo satisfeito com sua criação.

Pois, chegamos ao sexto dia, onde Deus criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança, abençoando-os, pedindo para se multiplicarem e dominarem as criaturas da terra, do mar e as ervas e plantas. Mas, por algum motivo, depois da criação do homem e da mulher, Deus não externou sua satisfação. Por quê? Esqueceu? Tinha outra coisa para criar em outro lugar? Afinal seria muita pretensão nos acharmos a última e melhor criação de Deus, tenho certeza que depois da terra outros milhares, se não bilhões de planetas e galáxias foram criados, maiores que nosso minúsculo planeta.

Se observarmos bem, veremos que de todas as criações de Deus, talvez o homem seja a única que não esteja completa em si mesma. O mar é o mar e isso não muda, assim como nenhuma planta fica diferente de sua natureza. Uma semente de rosa não nos trará um girassol quando florescer, muito menos algum animal excederá sua natureza. Assim, um cachorro, cavalo ou qualquer outro animal nunca será diferente do seu potencial inicial. Existe até um princípio na Cabala que diz que o potencial inicial de qualquer coisa é sempre inversamente proporcional no seu desenvolvimento. Se, por exemplo, observarmos qualquer animal recém-nascido em comparação a um bebê, esse animal parecerá muito mais desenvolvido, já que em poucos dias estará se movendo, comendo sozinho etc. Enquanto isso, o bebê humano se não for cuidado morrerá em poucos dias ou horas, já que nessa fase inicial não tem nenhuma autonomia e é totalmente dependente.

Por outro lado, assim como nenhum animal se supera, o ser humano pode tornar-se desde uma pessoa cruel até mesmo um santo ou iluminado, como foram Buda, Cristo, Mahavir, Maomé entre tantos outros.

Recentemente ao ler uma palestra de Osho, me chamou a atenção ele dizer que o ser humano é um ser “transitório” que não tem as limitações do animal, mas em sua grande maioria não consegue atingir, quase nunca, o último estágio evolutivo possível. Foi nessa hora que me lembrei dessa curiosidade da não manifestação de satisfação de Deus quando da criação do homem. Ele não disse que ficou satisfeito, justamente porque não estava “pronto” ou “acabado” como os animais e as plantas, por exemplo.

Podemos nos tornar tudo que quisermos, desde alguém mal e cruel como nenhum animal é, até mesmo alguém que se dedica a humanidade de corpo e alma como muitas pessoas ditas “santas”, os grandes cientistas e pensadores e como os Mestres espirituais cultuados pela história.

Concordo plenamente com essa ideia e nem precisa ir tão longe; é só observar a história de muitas pessoas consideradas comuns, que fizeram revoluções em suas vidas, só não mudando o nome e a identidade, mas se transformando em pessoas completamente diferentes do que eram antes. Isso demonstra realmente que não estamos prontos, mas em constante aperfeiçoamento, conforme a teoria do bom e velho Darwin, mas também com o potencial inesgotável como “semelhante” ao Criador. Não existe outra maneira de juntarmos a ciência (a teoria evolutiva já provou ser verdadeira, afinal nosso DNA é 98,5% igual ao dos macacos), e a religião pela nossa capacidade de darmos saltos gigantescos sobre nós mesmo a qualquer momento da vida realizando verdadeiros milagres evolutivos.

Deus que, segundo consta, é perfeito em si mesmo não poderia gerar algo imperfeito como o homem, e seu silêncio sobre sua satisfação significa esse potencial que todos temos de nos transformarmos no que quisermos desde que tenhamos a vontade e a ousadia necessária  que as grandes obras necessitam (recomendo aqui a leitura do artigo intitulado “Os quatro pilares da realização”).

Mas, como humanos que somos, habitando um corpo que perecerá, inevitavelmente temos sempre medo de mudarmos pela insegurança que isso traz. E isso é característica de animais e não de deuses que tem a plena consciência de sua eternidade. Estamos sempre transitando entre os opostos, ora com medo, ora, arriscando tudo pela busca de felicidade e da realização. Não dá para discordar que realmente somos algo transitório entre o inferior e o superior.

Justamente por isso, temos épocas ou fases em que nos sentimos sem futuro, apenas sobrevivendo como os animais e, em outros momentos, sonhando e criando como Deuses. Somos os dois, dependendo de onde está nossa consciência: se ligada ao corpo com seus medos ou a eternidade onde todas as possibilidades são possíveis. Nessa hora sempre lembro que as pessoas têm uma mania de se permitirem sofrer até onde não aguentam mais, para só assim, se lançarem em busca de seus sonhos e criarem seus próprios mundos e universos. Não precisa esperar tanto, precisa?

A mitologia, que nos ensina tanta coisa, mostra que heróis como Hércules, Perseu e tantos outros sempre foram filhos de deuses com humanos. Já quando nos fala de sermos dominados pelos instintos, assim como os seres considerados inferiores, as figuras que os simbolizam são sempre uma mescla de homens com animais, como o deus Pan por exemplo, que é metade homem, metade bode.

Acredito ser interessante refletirmos sobre essa essência ambivalente que temos e por onde sempre estamos oscilando, ora para o inferior, ora para o superior. Talvez seja essa nossa grande tarefa a empreender nesse mundo; assumir qual dos dois queremos ser.

Hércules
Deus Pan

Seminário de Psicoterapia

Segue abaixo o folder de divulgação do seminários que estarei ministrando em Jaraguá do Sul. Destinado a estudantes de psicoterapia, profissionais da área e, porque não, a pessoas curiosas sobre o tema. É a oportunidade de falarmos sobre os temas mais frequentes no consultório, mas também de trocar experiências e conhecimentos. As inscrições são limitadas!

 

SEMINÁRIO CASOS CLÍNICOS- PARAPSICOLOGIA CLÍNICA

ABORDAGEM – PSICOTERAPIA EVOLUTIVA

 

Facilitador : Eduardo O Carvalho

Parapsicólogo clínico , hipnólogo, pedagogo, professor do Instituto de Parapsicologia e

Ciências Mentais de Joinville – na Disciplina de Autoconhecimento.

 

 

Público Alvo: parapsicólogos, alunos em parapsicologia que pretendem atuar, terapeutas em geral e interessados no tema.

 

DATA: 10 e 11 Novembro

HORÁRIO : 8:30 às 12:00 das 13:30 às 17:30hs.

LOCAL : Hotel Saint Sebastian – Jaraguá do Sul (À confirmar)

 

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES

(47) 91573000 – com Márcia Gonçalves

 

LIMITADO A 15 PARTICIPANTES

 

Investimento R$ 400,00

Matrícula R$ 100,00 (Confirme sua matrícula efetuando depósito na Caixa Econômica

Ag 0417 Poupança 013 – Conta: 00132235-3. Titular: Denis de Souza

2 x R$ 150,00 (com cheque)

 

Objetivo: Estudar a abordagem teórica e procedimentos aplicados na terapia clínica, envolvendo três tópicos:

 

Cronograma :

– Ética

– Projeção
– Relação cliente x terapeuta

– Depressão – discussão e estudo de casos trazidos pelos participantes

– Relacionamentos afetivos – discussão e estudos de casos trazidos pelos participantes

– Crises de ansiedade – discussão e estudo de casos trazidos pelos participantes.

 

Discussão de outras situações trazidas pelos participantes.

 

 

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