15 de julho de 2012

O SENTIDO DA VIDA

“ Não encontrarás teu caminho nessa rua;

se existe um caminho,

ele está na tua estrada de suspiros…

…mas quando vossas máscaras de bom senso e tolice por fim tornarem-se brancas,

vereis que esperança e medo são a mesma coisa.”

Hakim Sanai – O Jardim amuralhado da verdade

Quantas vezes já aconteceram, seja em conversas descompromissadas, seja dentro da psicoterapia, das pessoas perguntarem ou se questionarem sobre o “sentido da vida”. Penso ser interessante nos dedicarmos a essa reflexão, e podemos começar perguntando se esse “sentido” seria algo certo e acabado, ou seja, existe uma resposta objetiva a esse questionamento?

As religiões, cada uma dentro de sua visão do que seja o certo e errado, através dos  sermões a seus seguidores ou dos mandamentos, tem como objetivo colocá-los dentro desse “sentido” que, se devidamente cumprido, os levará ao paraíso ou seja lá qual for a recompensa divina por teres seguido essa receita. O grande problema dessa prática é que se algo de desagradável acontece na vida da pessoa ela tende a abandonar essa prática religiosa já que ela não deu os resultados esperados, levando a conclusão de que esse “caminho” não era o correto, afinal, se fosse, esse acidente, perda ou frustração não teria acontecido. Mas, como hoje as religiões estão cada vez em maior quantidade, pode o “fiel” agora desiludido, procurar outra “verdade definitiva” que o leve adiante…

Mas e se não houver um sentido realmente?

 Não vamos nunca esquecer que os grandes Mestres que deram origens às principais religiões nunca deixaram nada escrito de próprio punho, ou seja, o que temos deles são as “versões” de seus seguidores, muitas vezes escritas dezenas ou centenas de anos depois do desaparecimento físico do Mestre. Alguém disse certa vez que o Mestre nunca é o problema, já que normalmente é alguém de consciência muito desenvolvida, mas os discípulos é que são o verdadeiro problema, afinal são eles que criam as instituições religiosas e estão muito distantes da capacidade e da percepção daqueles que os inspiraram colocando o desejo de poder em primeiro lugar. É engraçado, para mim, alguém se dizer “representante” de Deus, ou autorizado por ele a ditar normas de conduta. Nessa hora, dr. Freud não hesitaria em detectar uma crise narcisista!

A vida por si só não tem sentido algum em si mesma!

De que “vida” estamos falando? Nossa vida física é baseada em uma série de casualidades, acidentes, imprevistos de toda ordem. Qual o sentido de uma criança morrer, por exemplo? Qual o sentido de alguém nascer em uma família ou país miserável sem nenhuma chance de ter um mínimo de condições de se desenvolver? Qual o sentido de alguém estar dentro de casa e morrer porque um carro ou avião caiu na sua cabeça? Qual o sentido de uma pessoa que dedicou sua vida a ajudar e minimizar o sofrimento dos demais ser abatida por toda a sorte de infortúnios? E tantos outros acontecimento sem nenhuma lógica ou justiça.

Talvez devêssemos mudar uma palavra e perguntar: Qual o sentido da existência?

Existir não é necessariamente viver, é um processo evolutivo, existir tem a ver com uma determinação de dar um sentido a sua vida, independente das causalidades, de se buscar por escolha própria o rumo que damos aos nossos dias. A existência pressupõe uma autonomia, um ser dono de suas decisões e do destino por consequência. Quando isso ocorre, qualquer acidente ou frustração que os imprevistos possam trazer não tiram a pessoa do seu caminho, já que foi ELA que deu e escolheu seu “sentido”, sua estrada e aonde quer chegar. Assim, tudo de errado ou triste que possa acontecer é visto dentro de  outra perspectiva, interpretada pelo ângulo de que faz parte do sentido que escolhi dar, são as “pedras” do caminho que só valorizam a caminhada e dão ainda mais força para buscar a realização que queremos.

Assumir o sentido da existência pressupõe um transcender, já que somos rodeados de pessoas que seguem algum “sentido” pré-estabelecido, baseado no medo, de que podem ser punidos (por quem?) ou culpados se saírem da linha, dessa estrada por onde milhões e milhões de pessoas já percorreram, terminando suas passagens sem terem se encontrado ou tendo vidas medíocres, passando em branco, sem terem experimentado um momento sequer de verdadeira realização, principalmente se seus sonhos não eram aceitos como “certos” pelas cartilhas que seguiam.

Quer saber? A vida não tem nenhum sentido, se tivesse, todos estaríamos felizes e realizados, era só seguir a receita única que serviria para todos!

O “sentido” são suas escolhas, e esse é seu carma. Aliás, essa palavra é muito mal entendida, já que no ocidente trata-se apenas de efeitos e ações ou vidas anteriores (se houver). Carma, na verdade, é nossa suprema liberdade, ou seja, nossa responsabilidade que insistimos em transferir para outrem de dar o sentido de nossa vida. Quando sei onde quero chegar, todas as minhas ações, que sempre geram consequências, são destinadas a me levarem ao destino que escolhi.

De algum jeito estando conscientes ou não, estamos dando um sentido a nossa existência. Se não escolhemos isso baseados em quem realmente somos, não nos servirá de desculpa na hora do resultado final, porque a “Lei” diz que colheremos o que plantamos, independente de termos percebido o que estávamos semeando.

Então, dito o que foi dito lhe pergunto: Sua existência tem sentido? Qual o sentido que tuas ações estão dando à tua vida? Quando você se levanta pela manhã para seu trabalho ou estudo, você sabe exatamente aonde quer chegar e por quê?

Independente de quanto tempo vamos viver, de que forma vamos morrer, nada disso será relevante se nós estamos dando sentido a nossa existência! Tudo terá valido a pena e mesmo que nossa passagem aconteça antes do grand finale, o caminho percorrido já nos preencheu de sabedoria e experiência.

Caso o leitor (a) estiver em um daqueles momentos em que a vida perdeu o sentido, ou quando algo que achávamos que duraria a vida inteira acabou mais cedo que esperava, ou alguma perda ou mudança brusca o deixou sem chão, por mais estranho que possa parecer isso pode ser uma boa notícia! O boa nova é que agora você poderá escolher o sentido que dará daqui para frente! Escolha sua, já pensou?

Também é bom não esquecer que estamos sempre em processo de mudança e que poderemos ter, durante a vida, novos sentidos a cada etapa. Mudar de sentido, escolher outro, qual o problema? Ninguém aos vinte anos é igual aos quarenta e escolher novos sonhos é normal e até saudável. Que chatice estarmos condenados a verdades imutáveis!!

Então, sugiro que pare de se lamentar e mexa-se!!!

Futuramente falaremos da “jornada do herói” a que todo ser humano está, pela sua liberdade, condenado a empreender, já que isso justificará sua existência. Até lá, poderemos pensar que ser herói é ser quem realmente sou, vivendo meus verdadeiros talentos. E porque isso é heróico?

Por que, por mais incrível que possa parecer, não se consegue isso sem vencer muitas batalhas internas que sempre projetamos na exterioridade. É mérito mesmo! É conquista! Quantas vezes já ouvimos que o “paraíso” e o “inferno” estão dentro de cada um de nós e não em algum outro lugar.

Para chegarmos ao paraíso, que nada mais é do que escolhermos o sentido de nossa existência, precisamos antes vencermos a nós mesmos em primeiro lugar e isso inclui nossos medos mais antigos e arraigados.

 Nada é mais heroico que isso!

Últimos Seminários

 

Meditando o Sucesso – realizado nos dias 30 de junho e 1 de julho 2012:

Tivemos um final de semana de muitas reflexões: falamos sobre sucesso, planejamento, meditação e outros assuntos. No fim, descobrimos que “sucesso” é estar AQUI, no paraíso, claro! Ótima parceria com a “coach” Fabiana Koch!

 

Curso de Numerologia – realizado nos dias 7 e 8 de julho de 2012

Numerologia é bem mais do que analisar, criar e modificar nomes. É uma maneira de entendermos como saímos da escuridão para a luz. Foi um final de semana de aprendizados, mas também divertido. Nos encontramos um pouco em cada número e também buscamos nossas próprias saídas.

 

 

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