fevereiro 2012

Zen Budismo

Um discípulo procurou  Bodhidharma e disse:

– Eu não tenho paz de espírito. Poderia lhe pedir, Senhor, que pacificasse minha mente?

– Ponha sua mente aqui na minha frente – replicou Bodhidharma – Eu a pacificarei!

– Mas é impossível que eu faça isso!

– Então já pacifiquei sua mente!

                                                                                                                                                              

O Zen é completamente diferente de qualquer outra forma de budismo e mesmo de qualquer religião. Isso tem provocado muita curiosidade nas pessoas e despertado um interesse cada vez maior. Ele é indicado para todos aqueles que estão cansados de religiões e filosofias convencionais, basicamente porque dispensa todas as teorias, instruções doutrinárias e qualquer formalidade. Nessa hora, para nós acidentais, fica difícil pensar que algo assim possa ser uma religião, afinal, o que aprendemos é exatamente o oposto. Enquanto as religiões em geral fazem uma descrição emocional ou intelectual de seus ensinamentos, o Zen é fundamentalmente prático, estritamente ligado à realidade, sendo considerado complexo, justamente pela sua simplicidade.

Como diz Allan Watts “Antes de tudo, os credos, dogmas e sistemas filosóficos não passam de ideias a cerca da verdade, da mesma maneira que as palavras não são fatos, mas descrevem algo sobre os fatos. Já o Zen é uma vigorosa tentativa para entrar em contato direto com a verdade sem permitir que teorias e símbolos se interponham entre o conhecedor e conhecido”.

Concordo, afinal a busca do Religare, quando acompanhada de toda essa parafernália ritualística, simbólica e comportamental, leva a darmos voltas sem fim, quase sem sair do lugar. Vejo a busca como pessoal, fundamentada na prática e, é claro, sem intermediários e uma infinidade de pré condições.

O objetivo da escola Zen é ir além das palavras e ideias afim de que a busca interior de Buda possa ser acessível aos demais “mortais”. Não existe nada de excepcional, pois o Zen consiste apenas em uma atitude mental que é aplicada de igual forma a, por exemplo, varrer uma casa ou como a prática rígida de qualquer ritual religioso. Esse tipo de atitude também foi tratada em artigo anterior com o título de “O Sofrimento”.

 Cabe lembrar que sofrimento existe pelo anseio que temos de possuir e manter para sempre coisas que em essência são impermanentes. Essa busca é uma maneira errônea de viver, afinal ela está contra o princípio da vida que é baseado justamente nas mudanças constantes.

De outra parte, o lado criativo de nossa mente é a nossa imaginação e é justamente ela que nos cria essa alucinação da separatividade, nossa ignorância mais essencial. Jung já defendeu a ideia de uma “mente universal” quando definiu o inconsciente  coletivo. O que acontece é que nós projetamos nossa própria ignorância no mundo exterior e o definimos e julgamos baseados nisso. Uma escritura Mahayana mostra isso com clareza quando diz: “As atividades da mente não tem limite e formam o ambiente da vida. Uma mente impura se envolve com coisas impuras e vice versa. Portanto o ambiente que criamos tem os mesmos limites das atividades da mente…Assim, o munda da vida e da morte é criado pela mente, está escravizado pela mente, é regido pela mente. A mente é a mestra de cada situação.”

Explica-se assim com facilidade que as Escolas orientais busquem esse estado que ultrapassa as barreiras da mente para encontrar a dita “iluminação” que nada mais é do que um estado de unidade com o todo, isento de todo e qualquer sofrimento, onde não existe mais o caos do aspecto mental ligado ao que “passa”, mas ao eterno, ligado ao que “é”. O homem comum que sofre o tempo todo olha para o mundo exterior para buscar sua felicidade (salvação), já que aprendeu que está nas formas materiais sua saída para a ansiedade e angústia. Tomara que chegue a hora em que ele perceba que não pode encontrar no exterior aquilo que está no seu interior, e que para chegar lá precisa suplantar a visão separada e desconexa da mente.

O Zen deixa de lado todas as definições e conceitos intelectuais e especulações de toda ordem, buscando sacudir seus adeptos de seus hábitos e crenças arraigados por gerações e de forma simples sair desse estado comprovadamente entorpecido e doentio. Tudo isso baseado na simples forma de sentar-se em meditação sem nenhum objetivo a não ser estar ali, e tomando uma consciência cada vez mais ampliada de cada movimento. Já sabemos que todo o sofrimento é alucinatório porque sempre se fundamenta em pensamentos ligados ao inexistente passado e inexistente futuro, numa roda de preocupações e lamentações sem fim. Estar aqui e agora inteiro de corpo e percepção é o fim da agonia. Uma de suas técnicas mais poderosas é o Koan que nada mais é do que do que um “problema” que é dado ao discípulo para resolver enquanto medita, só que sua solução não é intelectual, a resposta não tem conexão lógica com a pergunta e a pergunta é de tal natureza que embaralha o intelecto. Sua finalidade é de tanto se buscar essa resposta fora do âmbito ordinário da mente, suplantá-la! Quer experimentar?

Aqui está um homem numa árvore, segurando-se a um dos seu ramos com a boca, não se agarrando a nada com as mãos e nem tocando o tronco com os pés. Alguém ao pé da árvore pergunta: O que é o Zen?

Caso não responda essa pergunta não deixará satisfeito quem perguntou; mas, se falar, mesmo se disser uma só palavra cairá para a morte. Que respostas darias se fosses ele?” Um discípulo pode levar anos para chegar a essa resposta, mas se chegar venceu esse estágio mental ordinário de onde vem todos nossos problemas.

Quando for entendido na totalidade, não apenas intelectualmente, mas em cada atitude que o universo é agora, pois tudo está sendo criado nesse momento e o fim do universo também é agora, já que tudo está desaparecendo agora, poderemos almejar sair dessa alucinação que projetamos em tudo e todos.

Além disso o Zen é extremamente bem humorado, na medida quem seus principais mestres sempre responderam perguntas sobre a iluminação, de como chegar até ela de forma desconexa e sem sentido. Isso se dá justamente porque querer saber já é perder o que se busca saber. Certa vez perguntaram ao mestre Tung-shan “o que é o buda?” E ele respondeu: “Um quilo e meio de linho”. Nesse momento em que você e  quem perguntou ficam sem ação, tentando encontrar um sentido na resposta, não houve pensamentos negativos, medos e culpa na sua mente, ou seja, ela foi superada!

Importante entender que essa atitude desapegada diante da vida está longe de significar ir viver em uma montanha meditando o dia inteiro, já que nem lá escaparemos de nossas ilusões a respeito do que seja a vida. Vivemos em um mundo material e precisamos vencer nele também, sabendo que isso é parte, nunca o todo. Esconder-se atrás de uma ideia de espiritualidade ligada a pobreza e necessidades materiais pode muito bem ser uma ótima desculpa para a incompetência.

Mestre Pai-chang disse que o Zen é simplesmente “comer quando se tem fome, dormir quando se está cansado. Quando deseja caminhar, caminha; quando quer sentar, senta-se.”

Muito simples e muito difícil já que caminhamos quando podemos, paramos quando dá. Comemos na hora que nos disseram para comer e dormimos na hora que nos disseram que era certo dormir. Ficamos de pé quando queremos sentar e vice versa… Nada natural, nada escolhido! Apenas fazendo tudo isso contra a vontade esperando uma recompensa que nunca vai chegar.

 É como ter feito uma plantação de batatas esperando encontrar nela abacates.

Portanto, para quem está cansado de esperar milagres, salvação, bençãos e outras improbabilidades, a prática do Zen pode ser um jeito novo e bem mais real de fazer a verdadeira religião: estar bem consigo e com a vida por si mesmo, por entende-la em movimento, por aceitar que nunca poderemos controlar tudo e saber que a felicidade é estar em paz e relaxado…

Isso é ser Zen….

Para saber mais: “ O espírito do Zen” Allan Watts

Mensagens de 40 filmes em 7 minutos

Em época de Oscar, encontrei esse vídeo interessante que destaca mensagens positivas e algumas de profundo significado retiradas de 40 filmes conhecidos. Para aqueles que, como eu, sentem-se melhor com as legendas, caso não estejam aparecendo é só clicar no ícone “cc” que está na barra de ferramentas na parte debaixo do vídeo(seta que aponta para cima) e escolher o idioma.

Pegue pouca pipoca porque passa rápido…

 

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O Ciúme nos relacionamentos

Como homem ciumento eu sofro quatro vezes: por ser ciumento, por me culpar por ser assim, por temer que meu ciúme prejudique o outro, por me deixar levar por uma banalidade; eu sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum

Roland Barthes – Fragmentos de um discurso amoroso

Será que é mesmo verdade a ideia de que um pouco de ciúmes faz bem aos relacionamentos?

Como definição, recorri a literatura psiquiátrica que assim define o ciúme:

“O ciúme pode ser um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos que de alguma forma ameaça à estabilidade ou qualidade de um relacionamento íntimo valorizado, tendo em comum três elementos, a saber: ser uma reação frente a uma ameaça percebida, haver um(a) rival imaginário(a) e eliminar os riscos da perda do objeto amado”.*

Existe uma linha tênue que separa a certeza (fatos), do que se acredita e o pior; as fantasias. A pessoa ciumenta pode transformar uma dúvida, ou até mesmo uma imaginação em uma certeza. Quando o ciúme se instala, o trajeto para as verificações obrigatórias como: onde esteve e com quem esteve, abrir correspondências, verificar bolsos (bolsas), marcas e cheiro em roupas, telefone, etc., é muito curto e rápido. Isso é claro, além de visitas inesperadas, ligação de madrugada ou em horários impróprios, alegando “saudades” ou o já nem mais tão poético: “queria só ouvir sua voz…”.

 Quem está com ciúmes em um estágio mais avançado sempre está à procura de alguma evidência que confirme suas suspeitas e nada muda o quadro que só vai piorando com o tempo, já que nada fará terminar esse processo. O fato de não ter ainda encontrado a evidência não traz a dúvida, mas só que o outro (a) ainda está conseguindo esconder seu relacionamento ou flerte paralelo.

Evidente que com esse tipo de comportamento o companheiro (a) começa naturalmente a ocultar, por exemplo, os elogios que recebe, presentes, telefonemas, etc., com o objetivo de impedir os acessos raivosos e as afirmações de que algo está ocorrendo. Assim, começa a fazer parte do relacionamento um nível de tensão que inevitavelmente corrói a relação já que não há sentimento que possa suportar uma pressão diária. A pessoa com ciúmes sempre é uma vítima, já que sua tranquilidade e confiança em relação ao outro nunca depende dela. Já sabemos que a vítima tem poucas possibilidades de mudança, justamente por isso.

No nível patológico observa-se um desejo voraz de ter total controle sobre a vida do parceiro(a) o que inclui um dos grandes sinais da patologia, que pela sua total falta de lógica chega a ser engraçado;  que é sobre os relacionamentos anteriores do parceiro(a), com ruminações constantes e sem fim sobre uma época em que, muitas vezes, o casal nem se conhecia ainda. Nessas horas, uma série de emoções são experimentadas com ênfase na ansiedade, raiva, insegurança, culpa, aumento do desejo sexual (como objetivo de “segurar” o parceiro(a), mostrar que é melhor do que a (o) ex ), vingança, etc. Tudo isso com bruscas oscilações de humor, uma série de arrependimentos pelas atitudes impensadas e promessas quase nunca cumpridas de melhorar o quadro. É como se as atitudes irrefletidas fizessem parte de quadro alcoólico ou drogas e depois, quando vem a “ressaca”,  aparecem as desculpas e as justificativas que tudo é por amor…

Não tenho dúvida, pela experiência profissional, que existe uma estreita relação do ciúme com baixa autoestima. Esse sentimento, muitas vezes até criado pelo parceiro (a), que com críticas diárias, baseadas na segurança que o outro oferece, vai trazendo uma certeza de que a pessoa não tem condições de ter um relacionamento saudável, de que somente seu parceiro pode suportá-la (o) e, é claro que pensando assim, essa pessoa torna-se fundamental para minha felicidade. Perde-la? Nem pensar! Só que com um quadro de baixo amor próprio o que era um relacionamento vira uma dependência. Amor pressupõe independência, dependência é doença emocional.

Por isso nunca é demais lembrar que todo o controle está ligado ao medo e a insegurança!

Muitas vezes as pessoas buscam provocar ciúmes no parceiro (a) como forma de medir o interesse e até mesmo fazê-lo (a) sofrer um pouco do que a pessoa passa. E um jogo começa com o resultado já sabido: os dois são derrotados!

Outra ideia decorrente do ciúme é a quase certeza de que qualquer pessoa pode ser mais interessante e ”roubar” meu objeto de amor. Dessa forma surge as proibições, o afastamento dos amigos que possam oferecer algum risco, trazendo o casal a um enclausuramento social que também vai acelerando o desgaste da relação.

Dentro da prática da psicoterapia e da psiquiatria é sempre importante avaliar a racionalidade, o quanto o ciúme está interferindo na qualidade de vida. O quadro é considerado mais patológico quanto mais a pessoa sofre. O que não quer dizer que a preocupação com a fidelidade não possa existir, mas o como se lida com ela é que pode caracterizar um problema. Normalmente os quadros mais graves de ciúme tem estreita relação com o transtorno obsessivo-compulsivo (toc) e com a dependência química, onde ela pode chegar ao que se chama de ciúme delirante, que nada mais é do que a presença de pensamentos obsessivos (paranoicos) e comprovadamente infundados (reconhecidos nos momentos de lucidez), mas tratados pelo doente como se verdades fossem e tendo as respectivas reações físicas e emocionais.

Tudo, no final, passa pela ideia de que perco meu valor pessoal se meu objeto de amor (?) não estiver ao meu lado, fico sendo “menor” sozinho (a) e nunca mais poderei ter alguma expectativa de ser feliz sem essa pessoa compondo o meu Eu.

Todo o relacionamento minimamente saudável é composto por duas pessoas que se respeitam individualmente em primeiro lugar, e o outro depois. Quando coloco alguém, relacionamento, etc., acima de mim, torno-me dependente e isso está longe de ser saudável e toda a doença continuada sempre leva a morte do organismo.

Assim posso responder a pergunta que inicia esse artigo; não acredito que quando uma pessoa sofre por ciúmes isso possa fazer bem ao relacionamento. Não escolhemos alguém para sofrer por nós ou sofrermos por ela. Isso vem de mais um dos paradigmas doentios a que fomos submetidos: que o amor está ligado ao sofrer, e que sofrer é prova de amor. Enquanto esta regra estiver vigendo, a maneira como medimos o quanto somos amados e amamos estará baseada em dor, angústia e muita tensão.

Nesse artigo trato do ciúme não comprovado por fatos. Quando realmente aconteceu algo que fundamenta o ciúme a abordagem é outra, mas também bastante fundamentada na valorização pessoal e auto imagem, mas seria assunto para um artigo específico.

*http://www.psiqweb.med.br

Seminário Casos Clínicos

 

Informativo do Seminário sobre Casos Clínicos – Parapsicologia Clínica que ministrarei nos dias 5 e 6 de maio de 2012, em São Bento do Sul/SC. Destinado a parapsicólogos, alunos de parapsicologia e terapeutas em geral. Para mais informações, veja o folder abaixo ou acesse a nossa Agenda.

 

SEMINÁRIO CASOS CLÍNICOS

A Prática do RELAXAMENTO

 O relaxamento é a negativa perfeita da excitação nervosa. É a ausência de impulso neuro- muscular. Em termos mais simples, estar relaxado é o oposto fisiológico perfeito de estar excitado ou perturbado.

E.  Jacobson

O relaxamento é uma prática simples, gratuita, com uma série de benefícios físicos e uma infinidade de possibilidades. Mas, apesar de ser simples, é complexa, no seu sentido mais profundo. Sei que parece que estou sendo paradoxal, mas vou me explicar.

É uma prática simples na medida de seus requisitos básicos que são dois: um lugar confortável e a disposição de investir de dez a vinte minutos por dia. O que sempre me surpreende, é que muitas pessoas dizem que é difícil, porque não dispõem desse tempo. Nessa hora, preciso dizer que, se você não tem vinte minutos por dia para cuidar um mínimo de si mesmo, então realmente sua vida está fora dos trilhos.

Apesar de terem várias publicações sobre o tema, o que é bom, vou buscar resumir o procedimento com as informações necessárias para você começar, é claro, se tiver tempo…

Comece se recostando em uma poltrona, evitando deitar completamente. Quando deitamos, o relaxamento normalmente nos conduz ao sono. Isso é bom para quem tem dificuldade para dormir, mas a minha ideia é outra, de se atingir e manter conscientemente esse estado.

Existem cd’s a venda com uma voz guiando todo o processo. Isso pode ajudar no começo, mas depois vira uma bengala, além de ser bem possível, depois de um tempo, não aguentar mais aquela voz.

Então você se recosta e inicia por alguns segundos observando sua respiração. A respiração sempre acontece no “agora” por isso ela sempre será uma boa âncora, já que nossa mente tende sempre a vagar entre passado e futuro. Inclusive algumas técnicas de meditação (que tem semelhanças com relaxamento, mas não é a mesma coisa) usam essa atenção na respiração como uma das formas mais tradicionais. Será natural, nesse período de observação da respiração, que a mente consiga com facilidade levar você para “passear” em algum pensamento (sempre negativo). Quando perceber isso, simplesmente volte, sem brigas nem frustrações, afinal você não vai querer dominar quem te dominou a vida toda na primeira vez….

Passado um ou dois minutos é bem provável que você já esteja frustrado querendo desistir, afinal parecerá que a mente está agitada demais, tentando sabotar sua prática. Não é isso, o que estará acontecendo é que, talvez pela primeira vez, você esteja tomando uma consciência mais direta do estado natural de agitação da mente. Ela é sempre assim, só que até então, não havia essa clara percepção.

Caso tenha superado esse primeiro obstáculo, sugiro que faça três longas e profundas inspirações. Isso ajudará a acionar o processo de relaxamento do corpo e servirá como um condicionamento para facilitar as próximas vezes. É uma maneira de você avisar seu corpo toda vez que inspirar profundamente três vezes que o relaxamento está começando.

Aos poucos seu cérebro estará entrando em alfa que nada mais é do que uma velocidade mais lenta. A partir das inspirações, procure começar relaxando os pés, pernas, etc. Começar pela cabeça pode dar sono. Siga uma ordem natural, evitando, por exemplo, depois de relaxar os pés relaxar os braços. Isso atrapalha.

Pode ser que você gostaria de me perguntar: Como faço para relaxar as partes do corpo? É simples, apenas imagine que elas estão relaxadas. Como já escrevi algumas vezes, nosso corpo responde a tudo que imaginamos como real.

Será inevitável que a cada momento você se desconcentre do relaxamento e vá passear em algum pensamento, quando isso acontecer, como já disse, volte e prossiga de onde estava.

Depois de muitas idas e vindas, você chegará à parte final, relaxando o rosto e a cabeça. Nessa hora, você poderá sentir seu corpo muito pesado, como se estivesse realmente “grudado” no sofá. Isso é normal e apenas significa que o relaxamento foi atingido. A partir daí curta essa sensação de ter trazido paz a você mesmo. A luta contra a mente vai continuar, mas você voltará sempre que precisar, sem briga, sem stress. Aproveite, curta!

Essa prática traz vários benefícios e pode até acontecer para algumas pessoas: percepções novas, vivências, se transportarem pela imaginação (que está livre) para lugares, visualizar cores, etc. Fique tranquilo, nada de mal vai acontecer, simplesmente observe e descanse conscientemente, usando sempre a respiração como guia. Pode até mesmo, mentalmente, dizer: “inspirando…expirando”, como uma forma de manter-se consciente no embate com os pensamentos.

Eu precisaria de muitos artigos para dizer todos os benefícios dessa prática, mas resumidamente, à nível físico temos a prevenção dos estados de estresse, tensão muscular, diminuição dos níveis de ansiedade e fadiga mental dentre outros. Ela é, portanto, considerada um revigorante que atua beneficamente sobre a saúde física, mental e emocional.

Não se esqueça de deixar seu celular ou relógio programado para avisá-lo do final do tempo do relaxamento. Quando ouvir o sinal, simplesmente abra seus olhos e volte às suas atividades.

Por favor, lembre do seguinte: não há nada para acontecer, não há nada a atingir, não há nada que alcançar. Apenas relaxar, só isso!

Porém, um dia, pode acontecer, de você encontrar um ponto dentro de você, onde sua consciência passará a habitar que sempre estará em paz, independente do que estiver acontecendo do lado de fora. Lá existe uma eternidade, onde o medo e a dúvida não existem, já que isso faz parte do que “passa”. Somente nessa hora, que você não espera, já que se virar um objetivo não acontecerá, é que esse diálogo entre Krishna e Arjuna no épico Bhagavad – Gîtâ poderá ser realmente entendido na profundidade do seu ser:

“ …o que realmente existe não pode deixar de existir, da mesma forma que o não – existente não pode começar a existir. O limite entre um e outro é claramente percebido por aqueles que veem a verdade. Não nasce nem morre, nem tampouco tendo existido no passado pode deixar de existir. Inato, imortal, sem princípio nem fim não perece quando morre o corpo.”

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