junho 2011

Uma nova forma de ver…

 

É preciso fechar os olhos

e conjurar uma nova forma de ver (…)

um despertar que é direito inato de todos nós,

embora poucos deles façam uso.”

Plotino

 

O filósofo que viveu nos anos 200 D.C. já estava preocupado com a possibilidade da existência de uma nova “realidade” além daquela que nossa usual interpretação oferece. Conta-nos a história que ele esteve na Índia e é de lá, imagino, que tenha surgido essa preocupação.

Seu verso presta-se a uma vasta interpretação, mas para não alongarmos, poderemos dividi-lo em partes:

É preciso fechar os olhos… não há melhor maneira de iniciarmos essa busca do que esse “olhar”para dentro. Só assim podemos nos dar conta do que pensamos a cada segundo, sem controle, vagando em pensamentos e sensações negativas que turvam completamente nossa interpretação da realidade.

e conjurar uma nova forma de ver… como seria essa nova forma de “ver” se nos afastássemos dos nossos condicionamentos e de nossa educação (domesticação)? Talvez fosse como o olhar da criança que fica pasma com a realidade, antes, é claro, de que lhe digam o que é que ela está vendo. Fernando Pessoa nos convida a não pensar para ver, nada mais perfeito!

um despertar que é direito inato de todos nós… esse despertar que é nosso direito é também nossa responsabilidade evolutiva. Segundo Aristóteles “mais valente é o homem que vence os próprios desejos que aquele que vence os inimigos, pois a vitória mais difícil é a vitória sobre si mesmo”. Temos medo de assumir nossa evolução por que não queremos assumir a responsabilidade!

embora poucos deles façam uso… afinal quantos sabem que essa mudança é possível? Dos que sabem, quantos tem a ousadia de buscá-la?

Caso o caro leitor tenha essa coragem, convido-o a primeiro manter uma estreita atenção sobre si, seus pensamentos e reações. Busque nem que seja por poucos minutos alguma introspecção e procure manter-se presente de “corpo e alma” em tudo que esteja fazendo. Traga-se de “volta” quantas vezes seja necessário.

A diferença básica entre a psicologia ocidental e a oriental é que a primeira diz que a atenção não pode ser mantida e a segunda diz que pode e deve ser mantida, se pleitearmos amadurecer além dos limites tradicionais de desenvolvimento da consciência.

 

Quer arriscar-se?

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